Quand91rF1hVAtDLo estou abatido, nada me conforta tanto quanto ler Sêneca. Nesses dois tratados, magnificamente traduzidos por José Eduardo S. Lohner, Sêneca estuda como evitar a ira e os males que ela produz e e como alcançar a tranquilidade da alma. 

Em Da Ira, Sêneca diz que nenhuma paixão é mais nefasta que a ira, pois impede que avaliemos adequadamente as coisas e nos leva, em busca de vingança, a deixarmos de fazer o que realmente importa para alcançarmos nosso bem (pois gastamos tempo demais em fazer o mal dos outros). A Ira não é uma paixão como as demais, porque não se originaria em nossa porção animal (como as demais paixões), mas em nossa porção racional, só que mal utilizada (ela decorre de um juízo, que é preciso suspender, sobre o outro e os motivos que o levaram a agir de modo a gerar nossa ira). A maioria das ações contra as quais nos iramos não visam nos agredir ou atacar, e mesmo aquelas que têm esse objetivo só podem fazê-lo se cedemos à tentação de nos irarmos.
Na Tranquilidade da alma, respondendo a uma pergunta de Sereno, se a vida ativa (na política) é melhor que a contemplativa (no ócio da filosofia), Sêneca responde que ambas são sublimes, mas que devemos julgar se somos aptos à vida ativa (nem todos o são), mas que todos somos aptos à vida contemplativa (porque ela nos ensina a submetermo-nos ao destino aceitando-o e rindo-mos dele).
Leia estes dois tratados, e você terá grande satisfação (pelo estilo de Sêneca) e grande proveito (pela correção e profundidade de sua proposta).

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